No ensino livre, alunos tomam as rédeas da própria formação

 

Ter contato em qualquer lugar e na hora que quiser com conteúdos que antes só podiam ser acessados por meio de livros e na sala de aula. Essa é a proposta que o professor americano Salman Khan fornece gratuitamente na Khan Academy, um portal na internet com seis milhões de visitantes por mês repleto de vídeos que explicam matemática, história, ciências e outras disciplinas. Khan esteve no Brasil a convite da presidente Dilma Roussef e do ministro da Educação Aloizio Mercadante. Durante o seminário oferecido em Brasília, Kahn afirmou que “a escola não substitui o professor e, sim, complementa o seu trabalho”.

​O projeto de Kahn entusiasmou o governo brasileiro, que já elabora a implementação de um sistema parecido no Brasil. Segundo Dilma Roussef, as novas tecnologias são aliadas para ajudar a melhorar a qualidade da educação no Brasil. Por meio de tablets e notebooks, o acesso às videoaulas até mesmo na escola ajuda o professor a entender melhor o nível de cada aluno individualmente. Ele pode, junto com o estudante, trabalhar dificuldades específicas que normalmente passariam despercebidas em turmas muito grandes.

O Brasil já conta com um exemplo das intituladas “Universidades Livres” como a Universidade Fora do Eixo, coletivo criado em 2005 por produtores culturais. Organizando encontros, festivais e eventos, eles perceberam que a troca de informações nessas ocasiões era muito grande. A partir daí, decidiram criar uma instituição em que as pessoas pudessem circular gratuitamente por outras casas do coletivo existentes no Brasil e trabalhar diretamente com os coordenadores do Fora do Eixo em áreas como comunicação, música e artes cênicas.

O Fora do Eixo criou também sua própria metodologia. “A gente não tem aulas e as pessoas não se formam, a gente entende que a formação é algo infinito. O próprio processo de fazer é formativo. Abrimos vagas dentro dos nossos projetos. Cada área tem um campo de formação. Se você quer aprender comunicação, por exemplo, trabalha com as pessoas de comunicação”, afirma Carolina Tokuyo, gestora nacional da Universidade Fora do Eixo.

O que é comum entre os projetos do professor norte-americano e dos produtores culturais brasileiros é a responsabilidade que os alunos podem assumir em relação à sua própria formação. A vivência colaborativa com outras pessoas na Universidade Fora do Eixo ou durante as videoaulas de Salman Khan permite que cada aluno desenvolva suas habilidades individualmente. Esses métodos podem compensar as lacunas normalmente deixadas pelo ensino tradicional no qual todos os estudantes deveriam aprender de forma unificada e simultânea.

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